assalto à mão armada


Um deputado vai para o parlamento uns anitos, poucos, e reforma-se. Nós pagamos. O mesmo deputado salta para uma empresa pública e sai ao fim de uns anitos, poucos, com uma indemnização choruda. Nós pagamos. O Estado manda construir uma ponte, uma estrada, uma retrete, a preços escandalosos e em conluio com grandes construtoras onde, entretanto, se anicharam antigos governantes e cabecilhas partidários. Nós pagamos. Elegemos um presidente para a República que, quando acaba o seu mandato, se reforma com benesses vitalícias. Nós pagamos. Um município manda construir uma rotunda, uma creche, um chafariz que custa o dobro ou o triplo do que devia ter custado. Nós pagamos. Portugal tem das economias paralelas mais prósperas da Europa, com total isenção de impostos. Nós pagamos. Os gestores públicos, mesmo os de empresas deficitárias, ganham ordenados de nababos. Nós pagamos. Os automóveis e a gasolina são mais caros em Portugal do que na larguíssima maioria dos países da Europa. Nós pagamos. 

Entretanto, nem uma nota da troika, uma nota que seja, sobre isto e muito mais que falta aqui.

Não faz mal, nós pagamos.

A partir de agora, podemos ser despedidos com mais facilidade. Recebemos menos subsídio de desemprego e durante menos tempo. Os impostos vão aumentar. Vamos ter menos benefícios fiscais. A electricidade e o gás vão ficar mais caros. O salário mínimo não vai subir. 

Definitivamente, nós pagamos. Pela medida grande. O Al Capone não faria melhor.

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