hoje houve palhaços!

Receba as flores que eu lhe dou, e em cada flor um beijo meu ...
Estive a ver, cumpri um dever cívico, que Ele me guarde um lugar de truz lá no céu ou onde quer que seja, o debate entre o candidato Sócrates e o deputado Portas. Portas quebrou o verniz e insultou Sócrates, de mentiroso para cima valeu tudo menos tirar olhos. Sócrates acusou os partidos da oposição de chumbarem o PEC IV mas aprovarem o acordo da troika, no seu entender nem mais nem menos do que o mesmo PEC, delirante fantasia já se vê, se o PEC dizia mata, o acordo diz mata e esfola. Portas, gentil alma, veio em defesa dos pobrezinhos. Sócrates investiu com a lengalenga da crise política desnecessariamente aberta pela oposição. Cada um usou e abusou dos seus truques, dos seus trunfos na manga, dos seus coelhos na cartola. Ora agora vêm os submarinos, ora agora o TGV, ora agora falas tu, falas tu mais eu. Portas foi mal educado, contundente, irritante e irritadiço, demagogo. Foi igual a si mesmo. Sócrates dourou a pílula (há quem lhe chame mentir), foi teatral como é costume (depois do governo, Hollywood espera por ele) e, no que toca a demagogia, não pede  meças a ninguém, olarilas, Portas que ponha a viola no saco e o rabinho entre as pernas, é um maçarico ao lado do mestre. Ou seja, nada de novo e, cá para mim, mais uma subidazinha nas sondagens para o candidato Sócrates em detrimento do deputado Portas. Bem pode o venerando presidente, lá do acento etéreo onde subiu, pedir contenção de maneiras na campanha eleitoral e discussão séria da melhor forma de descalçar a bota onde nos enfiaram, com chulé e uma boa dose de micoses, a tresandar a corrupção, clientelismo, favorecimento, esbanjamento, inépcia e algum azar (dou alguma razão a Sócrates no que toca à crise internacional e, ele não o disse mas digo eu, à estratégia dos famigerados mercados para domínio absolutista dos países e dos seus bens). 

Pena é que os portugueses, pagantes e sofredores, não vejam um palmo à frente do nariz. Deliram com palhaços, gostam do circo, ignoram as feras. Que lhes devoram vida, esperança, horizontes e futuro.

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