cultura? isso é alguma coisa que se coma?


Por Sérgio Lavos

Transformar em empresas a Cinemateca e os teatros nacionais. É simples de entender a originalidade e o alcance desta medida: tornar atractivo o espaço que em tempos João Bénard da Costa dirigiu não é difícil: estou a imaginar um multiplex para filmes de Hollywood, pipocas e cola incluídos - parece-me ser a única maneira de rentabilizar o que agora dá prejuízo. Questões como o acesso aos clássicos do cinema ou a formação das novas gerações parecem-me perfeitamente obsoletas. Que mil "Avatars" floresçam! E quanto aos teatros, na realidade não precisamos deles; os actores são parasitas que vivem à nossa cusa e, no fim de contas, quem precisa de Shakespeare, Ibsen ou Sófocles para viver? Não temos as novelas e os reality-shows da televisão? Se a maioria prefere ver a Casa dos Segredos em vez de Hamlet, é absurdo manter teatros abertos. A decadência do Ocidente (segundo Vasco Pulido Valente) é um pormenor da história.

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