o elogio da madrasta

Madrasta é a nossa sorte, termos que aturá-la e aos seus dois pimpolhos. Um pela-se por banana mas de banana nada tem, é rezingão e castiço, gasta a semanada toda em porcarias e anda sempre a pedir mais dinheiro, diz palavrões e não há quem lhe ponha pimenta na língua e juízo na cabeça. O outro, coitado, nasceu cleptómano e cobarde, rouba aos meninos mais fracos mas não tem coragem de tocar nos mais fortes, tem medo de levar nas trombas e sonha, ele próprio, em vir a ser assim um dia, poderoso no seu corcel de faz-de-conta, no seu castelinho de fantasia. Lindos meninos. Abençoada madrasta que trata deles como se fossem seus filhos. Se não os pariu, perfilhou-os e acarinha-os. O pai morreu, repousa em Santa Comba, mas os seus ensinamentos estão vivos, não lhes saiem da memória, e só esperam o dia em que os possam pôr em prática. Sagrada família.


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