um novo tarrafal vinha a calhar


Pinochet, a conselho do FMI e dos neoliberal-fascistas liderados por Milton Friedman, que foi na altura conselheiro pessoal do ditador para a área económica, fez exactamente o que Passos Coelho está a fazer: liberalizar a economia, apertar até ao sufoco o cidadão pagante, privatizar as grandes companhias e muitas outras atrocidades económicas, a par das sevícias e assassinatos de milhares e milhares de chilenos. Curioso é o facto de, mais uma vez tal como Passos, Pinochet ter cortado radicalmente no orçamento de todos os ministérios, menos no da Defesa (era ao exército que cabia garantir a "calma", torturando e matando os seus cidadãos).

Cá, quem assegura que reina a ordem, a tranquilidade e, se possível, a apatia por todo o País, são as polícias. 

Salvo as devidas distâncias (não estou à espera, nem de perto nem de longe, que a polícia se vá pôr para aí a malhar e matar), dá que pensar que também por cá o único ministério que não sofreu qualquer redução no seu orçamento, antes pelo contrário o viu aumentado, tivesse sido o Ministério da Administração Interna. E que notícias como a que se segue venham a lume numa altura destas. Não quero com isto dizer que os polícias não merecem, estou de acordo que ganham uma miséria. Mas é esta a altura certa, quando se fazem cortes e se sobem impostos a milhões de pessoas que estão na mesma situação, ou pior, do que os nossos agentes da autoridade?

Por outras palavras, com 37 anos de distância, as ideias e as práticas dos neoliberal-fascistas pouco mudaram. Vale-nos estarmos na União Europeia, louvado seja Mário Soares, e olhem que não digo isto muitas vezes, quando não começávamos a ver outra vez a polícia política a entrar-nos portas adentro a meio da noite. É preciso fazer obras públicas para dinamizar a economia. Um novo Tarrafal vinha a calhar.

Eis a notícia:

Ministro sobe salários a 16 146 políciasO Ministério da Administração Interna (MAI) vai aumentar o salário, através da colocação na nova tabela remuneratória, de 16 146 elementos da GNR e da PSP.
Por António Sérgio Azenha
http://www.cmjornal.xl.pt

A medida, que consta no Orçamento Rectificativo para 2011, tem em vista "corrigir as situações de injustiça mais gritantes", garante o ministério de Miguel Macedo. O encargo total é da ordem dos 11,3 milhões de euros. A iniciativa mais imediata passa por integrar 5068 guardas da GNR na nova tabela remuneratória, para que não fiquem com salários mais baixos do que os colegas que entraram na semana passada. A medida custa 2,4 milhões de euros.

À medida das disponibilidades financeiras serão resolvidas as distorções causadas por promoções ocorridas, entre Janeiro e Outubro de 2010, na GNR e na PSP. Em concreto, na PSP serão colocados na nova tabela salarial 2078 agentes e chefes e 317 oficiais, com um custo de 2,7 milhões de euros. E na GNR serão abrangidos 8377 guardas e sargentos e 306 oficiais. O encargo é de 6,2 milhões de euros.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

valha-nos santo eucarário!