no estaminé das necessidades, a diplomacia é de merceeiro


O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, defendeu, ontem à noite, em Caracas, que as embaixadas e consulados portugueses sejam transformados em centros de promoção das marcas, empresas e produtos portugueses.Todos os países têm um Ministro de Negócios Estrangeiros para tratar da política internacional mas Portugal parece ter optado por ter antes um caixeiro viajante, na linha do Sócrates e neste caso até indo fazer negócio com os mesmos clientes que antes desprezavam e condenavam. Mudam-se os tempos, mudam-se as opiniões. As Embaixadas, que antes serviam para ajudar os portugueses espalhados pelo mundo, agora querem vê-las transformadas em Centros Comerciais e, se essa é a politica, então o melhor mesmo é fazer regressar a casa os embaixadores e substituí-los pelos merceeiros Belmiro com o seu Continente e o Soares dos Santos com o Pingo-Doce. Têm é que garantir que não vão para lá vender tomates espanhóis.

Já estou a ver o Embaixador português em Washington a bater à porta da Casa-Branca para vender um Zé Povinho ou um “caralhote” das Caldas.

Comentários

David Nunes disse…
Uma observação sem sentido nenhum. Por acaso Portugal tem uma das maiores comunidades de emigrantes no mundo, mas isso não significa que o papel de uma embaixada deva ficar limitado ao apoio a estas. O papel de uma embaixada é também o de promover a imagem do país e abrir caminho ao melhor que cá produzimos no nosso país, coisa que infelizmente tem sido desprezada, porque caso contrário até poderiamos estar bem melhor e termos um nivel de exportações superior ao actual.
Unknown disse…
Concordo, em parte, consigo. Embora a diplomacia deve ser muito mais do que isso. E nunca a qualquer preço, com negócios e "amizades" hipócritas. Um país, tal como uma empresa, tem que saber ganhar dinheiro. Mas com dignidade, transparência, sem vender a alma ao diabo (ao diabo deles, neste caso do actual Ministro do pelouro).

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