se os outros calam, gritemos nós


Estamos indignados. Com toda a razão. Roubam-nos salários, qualidade de vida, projectos, sonhos. Povoam-nos o presente de medos, o futuro de incertezas. Mas pensemos agora naqueles que não se manifestam, não se indignam, não sabem como indignar-se, e que perderam o emprego, a casa, a comida para alimentar os seus. Aqueles que estão em pior situação do que nós. Tentemos imaginar o seu sofrimento. O seu desespero. Por uns minutos. 

E, agora, recordemos as caras da quadrilha. Os que impõem sacrifícios sem o mínimo remorso. Os que agravam o desemprego sem qualquer hesitação. E sorriem. E dizem-nos que a culpa é nossa, que gastámos demais, que vivemos acima das nossas possibilidades. E sorriem. E distribuem cargos e prebendas entre os seus. E sorriem. E continuam a viver acima das nossas possibilidades. E sorriem. Sorriem sempre.

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