maria teresa horta recusa receber prémio literário das mãos de passos coelho


As elites artísticas e intelectuais começam a manifestar-se, coisa que ando há muito a pedir por aqui. Maria Teresa Horta, distinguida com o prémio D. Dinis, instituído pela Casa de Mateus, acaba de tornar público que não quer receber o prémio das mãos de Pedro Passos Coelho em cerimónia prevista para a próxima sexta-feira.

“Na realidade eu não poderia, com coerência, ficar bem comigo mesma, receber um prémio literário que me honra tanto, cujo júri é formado por poetas, os meus pares mais próximos - pois sou sobretudo uma poetisa, e que me honra imenso -, ir receber esse prémio das mãos de uma pessoa que está empenhada em destruir o nosso país”, explicou.

“Sempre fui uma mulher coerente; as minhas ideias e aquilo que eu faço têm uma coerência”, e acrescentou: “Sou uma mulher de esquerda, sempre fui, sempre lutei pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores”.

“O primeiro-ministro está determinado a destruir tudo aquilo que conquistámos com o 25 de Abril [de 1974] e as grandes vítimas têm sido até agora os trabalhadores, os assalariados, a juventude que ele manda emigrar calmamente, como se isso fosse natural”.

“O país está a entrar em níveis de pobreza quase idênticos aos das décadas de 1940 e 1950 e, na realidade, é ele [Passos Coelho], e o seu Governo, os grandes mentores e executores de tudo isto”.

“Não recuso o prémio que me enche de orgulho e satisfação, recuso recebê-lo das mãos do primeiro-ministro”, concluiu Maria Teresa Horta, em declarações à agência Lusa (que, com esta notícia, avançou mais duas casas a caminho da extinção. Miguel Relvas não perdoa).

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