privatize-se a puta que os pariu

Privatiza-se o ensino, a saúde, a electricidade, os correios, os transportes aéreos, terrestres, marítimos, qualquer dia as águas, o vinho, o ar, o mar, as câmaras municipais, as forças armadas e o mais que der pilim, pelo menos uns tustos para calar a troika e satisfazer as ânsias de vingança sobre um país madraço e perdulário.

Lembro aqui uma frase de José Saramago que nem sequer era dirigida a estes governantes, mas que vem mesmo a calhar: privatize-se a puta que os pariu.

Negócios ruinosos a médio ou a longo prazo, uma traição ao País, um crime de lesa-Pátria.

Vão ficar impunes?

Em dois anos, nunca se viu tanta destruição do património nacional, tanta usurpação, tanta espoliação.

Vão ficar impunes?

Vejo o encontro de hoje na Aula Magna como um facto positivo que deverá ter sequelas: a tragédia do País deve ser mais importante do que as diferenças ideológicas que nos dividem. A salvação do País deve estar acima de querelas partidárias.

Cito Mário Soares, coisa que nunca esperei fazer nos já longos anos que levamos em democracia: é preciso correr com esta gente, presidente da República incluído no pacote, no lote, no bote destinado ao naufrágio.

E, depois, é preciso julgá-los. Não podem ficar impunes. A História irá julgá-los. Mas, só isso, não basta. Porque, quando caírem, e vão cair como frutos podres, acenar-lhes-ão com cargos bem pagos, honrarias várias, uma vidinha regalada longe do país que deixaram transfigurado e na miséria.

Não podem ficar impunes, a gozar os rendimentos e a gozar com os portugueses, a escumalha daquele país lá longe que já não é o deles. Que nunca foi deles. O dinheiro não tem Pátria.

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