marcos antónios

Por Luís Rainha
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Após uma juventude estroina, acumulando dívidas sem fim, Marco António fugiu aos credores em busca de um chefe que o levasse às alturas a que se via fadado. Aprendeu a arte da retórica; sem dominar a palavra, não se domina ninguém. Virou soldado, dando o litro para impressionar o líder com vigorosas espadeiradas nos inimigos de ocasião. Depois, a escalada não mais parou. Pena foi que o denodo nas refregas não tivesse correspondência na administração da coisa pública; aí, as desgraças somaram-se sem glória nem feitos de jeito.

Há nomes proféticos. O Marco António acima não é o Costa, mas sim o triúnviro romano. O Costa é peixe de águas mais pequeninas, mais poluídas e ainda menos transparentes. Já foi acólito de Santana, já largou o parlamento pela “necessidade imperiosa” de dedicar toda a sua energia ao município de Gaia (e a esse fenómeno político-freudiano que foi o dr. Menezes).

Agora ofende-se por o ligarem às dívidas colossais que lá deixou. Quem o ataca ignora que os grandes vogam bem acima de temas rasteiros como contas por pagar. Esta rapina não dorme, olhinhos semicerrados em mira, sempre a tirar a medida a quem lhe passa pela frente. E lá vai cuidando da higiene do patrão, à laia de um daqueles peixes que limpam os dentes aos tubarões, sonhando vir um dia a ser um deles.

Trezentos milhões de dívida? Minudências, para o homem que terá forçado Passos Coelho a deixar cair Sócrates. Nunca ninguém o obrigará a pagar. Nem a mostrar alguma vergonha.

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